Nunca almejei riquezas, ou amantes, apenas fama.
Talvez por miserável Édipo mal resolvido
é que eu sempre deixei paixões a chorar na minha cama,
por sentirem por mim o amor mais puro e doído.
Porém, à solidão fui condenada, por escolha ou sem ela.
Com tantos amantes e tão pouca paixão;
Meus olhos nunca se umedeceram por tamanha sentinela.
E minh’alma entregou-se apenas aos encantos da aflição.
Ah, almejei-a sem amor próprio, cega.
Embriaguei-me pelo cheiro da mais fúnebre flor;
leve como um ébrio numa adega,
caí no devaneio do meu primeiro amor:
a atriz que vi chorar, no meu espelho, o próprio desamor.