sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Desgoverno

Como vinho tinto em corpo jovial o sangue defluia,
juntamente aos retratos da pródiga filha...
Os sorrisos em diversos cacos se partiam,
entende-se que o germe em sua infância se fizera cinza.

As raízes mirradas e retorcidas, outrora rijas,
desfaleceram antes que o fruto emanasse
ao mundo algum gesto jovial de alegria,
tornaram hórrida aquela graúda parte da família.

Solecismos inumeráveis invadiram-lhe a alma,
fizeram mortalha de seu corpo com derivados de morfina,
rascunharam-lhe convulsos comandos e, em sua falta,
ela aderiu à própria insânia, suscitou-lhe então o vício em ruína...

Por ironia, o descontrole foi uma exímia calamidade
e não há rima, escrito ou poética construção
que exprima seu encantamento ao deitar-se no caixão
da submissão do próprio corpo à enfermidade!

Eis-lhe a precoce e narcísea destruição...

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