Por acaso ou não, eu sempre mato os meus ídolos.
Não me apetece vê-los no pedestal da minha ideação,
onde não posso tocá-los com as mãos;
onde são apenas seres ao meu juízo frívolos.
Prefiro capturá-los no desejo mais faminto;
rasgar-lhes a roupa da deidade com os dentes;
sufocá-los com beijos que, de tão ardentes,
vão desafogar-se em doses de absinto.
Em coma alcoólico os abandono, do avesso, aos retalhos...
Na cama de um motel no fim do mundo,
como fizeram com a vagabunda e o moribundo,
p'ra se esquivarem da sina dos próprios atos falhos.
No ato final, acendo um cigarro;
trago até tossir minha mais visceral laicidade
e emitir um longo pigarro;
só p'ra cuspir neles minha mais pura secreção de humanidade.
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