quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Versos terminais aos loucos

Vozes desfiguradas a ressoar
no meu ser todo conturbado,
afogadas neste hediondo ar;
a soluçar, assolando-me o fado!

Tosses cuspindo minha vida em escarlate,
por razoes de acintoso desprezo.
Réus são os pulmões, símeis e negros,
a apodrecer em deleite, eis a repulsiva verdade…

A doença consumiu-me o porvir,
sugou os detritos d'uma sutil juventude,
fez-me um hórrido, um boçal a se ferir
para aliviar a sede por morte, amiúde.

Desdenho meu ser em embriaguez;
sem garrafas ou copos, é puro o delírio,
dissolvido em estrofes que ostentam lucidez
Com fins redundantes d’outro pseudo-suicídio…

Um comentário:

  1. Nossa que foda...
    Gostei demais desse, tem exatamente o tom forte que eu gosto, parabéns!

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