segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Sobras de um adultério

Minhas emoções agora gritam euforicamente,
tão alto que temo pelo transtorno causado à minha razão,
pois com tal ruído até as paredes da minha sanidade tremer-se-ão.
E temo que não haja, em mim, escolta protetora a isso suficiente.

Por deus! Que eu consiga afogar todas as mágoas a tempo
no mar tempetuoso e denso da minha hipocrisia.
Que eu seja rápida e ágil ao sufocar também aquela sórdida alegria
no ermo infrutífero e moralmente paradisíaco do meu desalento.

Que eu seja também julgada correta;
e que meus desejos e medos permaneçam calados.
Depois do golpe baixo que lhes dei, coitados!
Está morta qualquer coisa que os sentires me afeta.

Perfeição, auto-satifação... Eu seria a mulher perfeita.
Se neste momento não tivesse meu batom borrado pelo pecado;
meu vestido pela vingança todo manchado
e meu homem morto pelo movimento odioso da minha mão direita.

Em prol dos valores que me foram passados
tive meu nome e vida jogados plenamente ao ar.
E vejo minha silhueta ainda jovem de joelhos num altar;
dessa vez sem o "aceito" e os sorrisos pela mentira amarelados.

Apenas uma súplica por sentido, por vida ou motivo,
p'ra seguir sem aquele ao qual dediquei meu amor, alma e virgindade;
o qual matei em nome de nossa prole e sobrenome sem piedade,
pois sem ele sou apenas o vazio do meu instinto possessivo...

19-12-2012

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